Ruben Hutabarat

Quando andava na catequese ensinaram-me que rezar era falar com Deus. Ao longo da vida foi-me incutido que da mesma maneira que falamos com os nossos pais, também devemos falar com Deus, porque Deus é um Pai amoroso que nos ama incondicionalmente e também Ele nos fala através da Sua Palavra. Com o tempo fui percebendo quão importante era este diálogo com Deus e fui entendendo que a oração é ser e estar diante de Deus colocando-nos atentamente e de corpo inteiro sempre numa atitude escuta d’Aquele que nos convida a um diálogo amigo. A Ele entregamos todos os pensamentos, tudo o que somos e experimentamos. Por todas estes motivos a oração passou a fazer parte da minha vida e da minha vocação. Percebo, por ela, o que Jesus nos diz: Quando rezardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome’.” (Lc 11,2).

Este tema da oração era entendido por Dom Bosco como relação amorosa, comunhão de pensamentos, afetos e sentimentos com Deus. Afirmava: “Rezar significa elevar o próprio coração a Deus e entreter-se com Ele por meio de pensamentos santos e sentimentos devotos” (Il cattolico, 87).

Durante os debates entre os cardeais para declarar Santo a Dom Bosco, um dos inquisidores perguntou, na tentativa de travar o processo: “Quando é que Dom Bosco rezava? Tanto era o tempo que passava com os rapazes no pátio que parece claro a todos que não tinha tempo para rezar.” Ao ouvir isto, o Papa Pio XI, que conhecia bem Dom Bosco, pois tinha passado alguns dias no Oratório, levantou-se e respondeu ao cardeal: “Eminência, seria melhor perguntar quando é que Dom Bosco não rezava! Tudo o que ele fazia era em união com Deus, em contínuo estado de oração.” (in Memórias Biográficas, Tomo XVII)

Dom Bosco não dedicava longos tempos à oração nem usava métodos ou formas especiais (bastavam-lhe as «práticas do bom cristão») porque ação e oração, nele, formavam um todo. O trabalho incansável em que se empenhava, de manhã à noite, não perturbava a sua oração, antes a conduzia e a orientava; e a oração cultivada no fundo do coração nutria nele renovadas energias de caridade para se dedicar com todas a suas forças ao bem estar dos seus jovens. (in CICFS art.º 36.º)

A oração, na espiritualidade salesiana, nasce da vida, do quotidiano… é uma oração apostólica. Enraizada na Palavra de Deus, é simples e confiante, alegre e criativa, impregnada de ardor apostólico. O Salesiano Cooperador faz da sua vida uma oração. Encontra Deus no quotidiano, nas coisas simples da vida e para alimentar a vida de oração, recorre às fontes espirituais oferecidas pela Igreja, pela Associação e pela Família Salesiana.

A oração é um dos caminhos que conduz à santidade!